Pode deixar, caro amigo
Desconfio dos contornos do seu perfil
mas nem que isso importe nada
Pois a luz também silencia e
não sem grande destreza
confio
Pode deixar claro, amigo
ou
claro que pode deixar
tudo como esteve
tudo como está
Como um homem que, junto a uma mulher
consegue manter sua beleza
você sabe se fazer forte
Me seguindo ou não
Meu nome já está aqui, no céu, no chão,
ao contrário, ao avesso, à sorte...
E o seu, na sua mão.
É simples assim
Andemos lado a lado
E onde não sou mulher
Me sinto um homem contemplado
Anônimo personagem
Estampo seu nome em letras de forma
E ele brilha
No escuro da lente
apuro a minha mente
Antes que eu comece a escrever
como quem apenas fala rimando
Siga meus passos
Ou pegadas
E pode deixar as suas
nas bordas das páginas viradas.
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gosto de suas palavras diretas,
ResponderExcluirsuas palavras precisas,
tantas vezes ao alvo elas são ditas
que demarcam-me, às cegas, por inteiro.
pois sim, sigo suas pegadas perdigueiro,
atento aos múltiplos vestígios
do seu espírito sensível.
É tão visível a impressão que me causa,
que as certezas embaralha,
e sem poder vestir-me de um saber prudente,
sobre meu desejo,
nas sombras procuro o abrigo
de um precário desconhecido.
não, não sou anjo minha cara,
concupiscente e profano,
toco as bordas de suas páginas
sentindo a delícia de virá-las.
aquilo que mais me intriga,
aliás, desde o princípio,
sua quase ausência de precipícios,
em toda sua sensibilidade,
alguma dor em nenhuma parte.
isso verdadeiramente inspira,
faz contemplar-te embevecido
em quaisquer de seus gêneros,
em toda sua arte.
corra Isbela, corra,
a encontrar a beleza em toda parte,
e espalhar a toda gente,
- a beleza que ainda acreditas -
e deixa a dor para mais tarde.
tarde demais para vivê-la.