quarta-feira, abril 20, 2011

Mão-dupla-via


Então aí encontro você.

Poderia dizer

do sonho que tive na noite precedente


Assim você aparece, de repente

e faz do sonho profecia?

Depois de tanto tempo

depois de nem tanta gente.


Seu evento já tinha vindo

e veio, singelo, de novo

assim

uma pena que pousa

assim

numa pena, repouso


Dizer de um sonho depois de anos…

Adianta contemplar, já sem medo

o então revoar da sua beleza

e falarmos banalmente

de segredos?


Adianta dizer que em mim você apareceu

em mão dupla via?

e que em segredo nossos olhos desde sempre conversaram

adianta dizer que eu já sabia?


Adianta perguntar quem é esse?

ou se seu sorriso chora?

ou se nunca, nada disso,

você está mais feliz agora


Se seus amigos já podem te entender

do jeito que você fala?

O seus olhos que reúnem

o que a sua boca espalha


Há caminhos de atalhar dores

onde te vi aprendendo a andar

mas vejo um mapa do caminho antigo

-ainda é o sentido do meu olhar


Mas anda, ainda, ainda...

não fuja dessa miragem

seja por refletir o meu medo

seja o medo da minha coragem



Meu reflexo me contradiz?

Por que ainda acredito piamente na beleza?


Um beijo, estou atriz

Não vou contar nada

está na mesa.



Somos mais um presente.

Agora leio o seu futuro

no passado que o seu sobrenome marca.


um beijo, um tchau,

estou no escuro.



2 comentários:

  1. Voce é intensa e cheia de idéias.Depois de ler seu blog me senti infectado por essa coragem e certeza trans(pirada). Arrisquei:

    és bela
    e onde não estás completa
    és poeta.

    fizeste traço a traço
    do destino seu esboço
    em sua trama refeita

    só não és perfeita
    por causa da impureza
    de minha incerteza

    mas assisto admirado,
    ao espetáculo sobre a terra
    que representas tão bem

    fizeste notar
    tão singela
    uma educada e tranqüila nobreza

    fizeste rebrotar
    em sorrisos outrora murchos
    um sol de novo

    de onde vieste
    não sei, mas creio
    para onde vais e estás

    e rezo ao espaço vazio
    que em sua constância
    permaneça.

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